Sara Valle Rocha: Nó - colectivo de colectivos

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The strangest dream I have ever had

Estavam reunidas algumas dezenas de pessoas numa sala rectangular, de paredes brancas e assentos que enchiam todo o lugar. Senti um grande tumulto e havia tensão no ar. Repentinamente vi a minha irmã virada de costas com um vestido preto. Era o seu casamento. O noivo, não o vi.
De repente, com a minha mãe ao lado, senti tremer o espaço em que todos estavam.
Olhei em frente e vi através de uns longos vidros, como os de um cockpit de uma nave espacial, a face da terra, que era inóspita e castanha. Vi também uma lua que executava trajectórias totalmente desvairadas em torno da terra. A qualquer momento iria chocar com ela.
O medo espalhou-se no ambiente onde eu estava. Naquele momento só temi pela minha vida. Estava apavorada!

Escrita Automática (2)

Aquele mar a salpicar o parapeito do chão de pedra branca. Que maravilha. Que relaxamento. Um sol de inverno que aquece a pele dura de uma viagem.
A sombra recortada em losangos pelos furos quadrangulares do chapéu preto de uma loura de pele lisa, 'veludosa' e lábios cor de escarlate. A página branca. Cheia de gatafunhos. Significado?? Não sei! Apenas riscos de uma tinta preta que permanecerá e vai sucessivamente enchendo a folha. Terei que mudar de página. Um diário de um registo contínuo deste cérebro que insiste em produzir matéria. É de um valor incalculável.
Mudei de página. Infeliz ou felizmente esse tesouro é invisível. Sai para fora através de impulsos vibratórios das ondas do som ou pelo deslizar desta caneta. O meu cérebro? O que é? Um pedaço ameno de matéria. É carne preciosa. O vento tudo leva. Tudo passa. O coração – nesse é preciso guardar todos os leves momentos que discorrem do Tempo e das circunstâncias - o reservatório das lembranças microscópicas, visíveis apenas por um par de olhos no momento exacto.
Silêncio. Tempo.
Preciso do Tempo.
Tempo.
Tempo.
Temporal.
Tempo oral.
Eu faço o meu tempo.

Sara Valle Rocha

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